segunda-feira, 24 de maio de 2010

Por muito tempo, você foi apontado como um imitador do Zezé di Camargo. O quanto isso atrapalhou sua carreira e te incomodou?

Pensa que eu já cantava sozinho e tinha um estilo que muita gente chamava de ultrapassado. Ai vem gente pra cima de mim com a história de ser cópia? Pô, é brincadeira, né?. Eu sempre cantei músicas do Zezé, como eu cantei do Leandro e Leonardo, do Chrystian e Ralf, Rick e Renner, Chitãozinho e Xororó. Eu fui adolescente durante essa geração deles, então é claro que eu ia acabar cantando o que eu gostava de ouvir.

Isso diminuiu mesmo quando minhas músicas começaram a ficar conhecidas e o pessoal foi vendo que eu tinha meu estilo, que eu era o Eduardo Costa. Eu sinceramente não reclamo de nada, tanto que tô te falando isso porque você perguntou.

Se eu quisesse imitar o Zezé, teria montado uma dupla. Eu sou o primeiro artista da musica sertaneja a conseguir fazer sucesso cantando sozinho. O Sérgio Reis veio do Rock dos anos 60, Leonardo e Daniel de uma fatalidade, Marcelo Aguiar fez sucesso durante dois anos e depois foi cantar músicas evangélicas. Eu fui influenciado por várias duplas na minha adolescência, mas sinceramente se eu tivesse que imitar alguém, imitaria o Leonardo, sou fã desse cara.

Acho que pra gente ser sucesso, pro cara conseguir seu espaço, ele precisa ter vivido muito, essas dificuldades fazem parte, ter que aguentar certas coisas faz parte. E eu posso te dizer que eu passei por tudo que você possa imaginar. Victor e Leo não tão estourados? Pois é, passaram vinte anos tocando em bar. Sucesso não é de um dia pro outro não, e só se mantem nele quem consegue olhar pra trás e assistir todo aquele filme na memória.

Mas em alguns momentos você parou de cantar, não é?


Parar, não, mas eu virei músico de banda. Precisava me sustentar, era moleque e eu tinha que arrumar um jeito de ganhar dinheiro. Fui músico do Barrerito com 13, 14 anos, depois que ele já tinha saído do Trio Parada Dura. Foi a maior escola pra mim, tive a felicidade de trabalhar com o maior intérprete da história da música sertaneja, que na minha opinião, foi ele. Toquei também com o Gino e Geno, toquei nos forrós que o Mangabinha tem até hoje aqui em Belo Horizonte.

Eu nunca saí da música, sempre soube o que queria pra minha vida. Se não tivesse feito sucesso, taria até hoje tocando em boteco e em bailão. O que muita gente não sabe é que eu morei na casa do César Menotti e Fabiano, na época de vacas magras. Ninguém era sucesso ainda, a gente só ralava tocando nos bares em Belo Horizonte. Considero como meus irmãos.




Existe uma série de boatos sobre você. O mais conhecido é o de que você tem AIDS, e por mais que você desminta, tem gente que continua desconfiando...

Esse já virou lenda, sempre vai ter alguém perguntando. Mas pra esse boato tem explicação. Tem um rapaz que trabalha num laboratório, tem o mesmo nome que eu e deu algumas entrevistas pra jornais (diretor da Fiocruz/Farmanguinhos, Eduardo Costa). Aí, algum maldoso leu "Eduardo Costa" e "AIDS" na mesma notícia, começou a veicular isso por aí e o boato nunca mais parou.

Falaram várias vezes que eu morri também, chegou a dar em rádio. Já teve familiar que organizou viagem pra vir pro meu enterro por acreditar em boato. Essas coisas não tem como controlar, no fim eu acabo achando engraçado.

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